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LIMPEZA SAUDÁVEL X LIMPEZA OBSESSIVA por Lilian

Limpeza 1

Minha avó diria: “– Até limpeza demais é ruim!”. E os especialistas tem alertado para isso cada dia mais. Parece que nosso ritmo de vida moderno está nos tornando obsessivos por várias coisas que antigamente eram feitas de forma normal e aprovável! Temos de um lado os indiferentes, os imundos, os acumuladores e Cia. e de outro, os certinhos, os adictos a limpeza e os obsessivos-compulsivos, inclusive à limpeza.

No entanto, nos lembremos de uma coisa: a(s) pessoa(s) que limpa(m) e a(s) pessoa(s) que suja(m). Antes de rotular alguém, precisamos analisar o contexto do que se considera abuso, não acha?

Para a pessoa que limpa (e, às vezes, tem de incluir esta rotina em seu já atarefado dia) pode até exagerar ao cobrar da pessoa que suja mais cuidado e zelo. Claro que vendo a situação da perspectiva de quem suja, é realmente um saco (!) se preocupar em tirar sapatos, usar panos, etc. quando está no ambiente. E para esta pessoa pode ser uma “mania de limpeza” por parte de quem limpa.

Há ainda outras duas situações: pode ser uma característica pessoal, um hábito que foi adquirido ou reforçado por alguma situação vivida. Ou ainda pode ser que essa pessoa goste de fazer limpeza como um hobbie, como colecionar coisas.

Continuando o assunto, na perspectiva dos “dois lados da moeda”, uma vez li uma reportagem muito interessante no site da UOL – Ciência e Saúde – que esclarece vários aspectos que estamos comentando aqui: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2013/05/24/faca-o-teste-e-saiba-se-tem-mania-de-limpeza-ou-algo-mais-grave-como-toc.htm

“A mania de limpeza é uma das mais recorrentes por duas razões: biológica e cultural. No primeiro caso, é uma condição necessária à sobrevivência: na história de seleção da espécie, foram escolhidos os que foram capazes de prover um mínimo estado de salubridade a si próprio e à sua prole. No segundo, a explicação é que vivemos em uma sociedade que valoriza excessivamente a assepsia”, analisa Denis Roberto Zamignani, doutor em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo (USP) e colaborador da Astoc (Associação Brasileira de Portadores de Síndrome de Tourette Tiques e Transtorno Obsessivo-Compulsivo)”.

Continuando a ler a matéria em questão, há outro ponto que vale ser comentado:

“Em outras palavras, nem todo pensamento repetitivo, preocupação ou ritual pode ser classificado como obsessivo-compulsivo. Denis Zamignani, que também é coordenador do curso de mestrado profissional em Análise do Comportamento Aplicada no Núcleo Paradigma, sugere utilizar três critérios para saber se o cenário é ou não grave: se a ‘mania’ ocupa um tempo considerável do dia; se implica em um comprometimento significativo da rotina, levando a dificuldades no trabalho e nas relações sociais; e se traz certo grau de aflição e angústia ao indivíduo ou aos que convivem com ele, vale pesquisar melhor”.

E dá uma dica:

“Uma boa forma de verificar se algo que você faz pode ser relacionado ao TOC é perguntar o que aconteceria se não o realizasse. Caso a resposta for ‘tenho medo de que algo terrível aconteça’, ou ‘eu me sinto muito mal’, ou ‘simplesmente não consigo deixar de fazer ou de pensar’, vale procurar a opinião de um profissional.”

Limpeza 2

Terapeutas comentam repetidamente que somente o que é feito em excesso e interfere de forma prejudicial na vida das pessoas é que é considerado doentio, como confirma Cordioli, Heldt e Raffin, da Psiquiatria da UFRGS:

“Considerado raro até há pouco tempo, o TOC (Transtorno Obsessivo-compulsivo) é uma doença bastante comum, acometendo aproximadamente um em cada 40 ou 50 indivíduos. No Brasil, é provável que existam entre 3 e 4 milhões de portadores. Muitas dessas pessoas, embora tenham suas vidas gravemente comprometidas pelos sintomas, nunca foram diagnosticadas e tampouco tratadas. Talvez a maioria desconheça o fato de esses sintomas constituírem uma doença para a qual já existem tratamentos bastante eficazes.

O TOC é considerado uma doença mental grave por vários motivos: está entre as dez maiores causas de incapacitação, de acordo com a Organização Mundial de Saúde; acomete preferentemente indivíduos jovens ao final da adolescência – e muitas vezes começa ainda na infância – sendo raro seu início depois dos 40 anos; geralmente é crônica e, se não tratada, na maioria das vezes seus sintomas se mantêm por toda a vida. Os sintomas raramente desaparecem por completo: o mais comum é que apresentem flutuações ao longo da vida, aumentando e diminuindo de intensidade, mas estando sempre presentes. Em aproximadamente 10% dos casos, tendem a um agravamento progressivo, podendo incapacitar os portadores para o trabalho e acarretar sérias limitações à convivência com a família e com as outras pessoas, além de submetê-los a um grande e permanente sofrimento.

Felizmente, têm sido desenvolvidos novos métodos de tratamento, utilizando medicamentos e psicoterapia (terapia cognitivo-comportamental), que conseguem reduzir os sintomas e, muitas vezes, eliminá-los completamente”.

Você pode ler a matéria completa, inclusive com as perguntas mais recorrentes, no endereço: http://www.ufrgs.br/psiquiatria/psiq/toctexto.html.

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